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sexta-feira, 25 de junho de 2010

O sobrado misterioso


Meu marido e eu nos mudamos para um conjunto de sobrados geminados. Era uma construção antiga. Meu sobrado era geminado com outro que estava vazio para ser alugado e os outros dois estavam ocupados por idosos, que residiam ali há muito tempo.
Durante o dia eu ficava só com os meus cachorrinhos. Comecei a escutar choros de mulher vindos da casa vazia. Quando não era a voz de uma mulher, era a de um homem que falava como que implorando algo, mas eu não conseguia identificar o que ele falava. Isso durava poucos minutos e tudo voltava a se aquietar. Incomodada resolvi perguntar para uma senhora moradora do conjunto, se durante o dia alguém entrava no sobrado vazio. Ela me respondeu que não que ele estava sempre trancado. Perguntei dos antigos moradores dali, e ela contou que moraram duas moças, que durante as madrugadas as ouviam fazendo rituais de evocação. Não contei sobre as vozes para ela.
Uma tarde estava na cozinha e escutei passos fortes vindo do quarto. Fiquei trêmula; peguei os meus dois cachorrinhos no colo e ficamos no quintal. Porém não poderia ficar ali até meu esposo retornar. Tomei coragem, entrei e subi as escadas. Quando cheguei ao quarto, foi como se eu entrasse em transe; não eram meus móveis que estavam ali, era tudo diferente e antigo, como se outra pessoa estivesse morando naquele sobrado! Durou apenas segundos e quando despertei já era novamente os meus móveis. Sai correndo que nem sei como não rolei nas escadas. Não subi no quarto até meu esposo chegar.
Em uma noite quando chegávamos das compras, tive a impressão de ver um homem de chapéu próximo à janela da sala. Ignorei, abri a porta e entramos, nesse momento minha cachorrinha saiu para o quintal. Fui buscá-la e a vi abanando o rabinho, fazendo festa olhando na direção onde eu vi a imagem do homem de chapéu. Me arrepiei toda, peguei ela no colo e entrei rapidinho.
Durante uma madrugada, escutei um barulho no quarto em que dormíamos. Como minha cama ficava perto do interruptor, estiquei o braço e ao acender a luz, vi um homem ao lado de minha cama. Ele era bem baixinho, todo deformado, como se tivesse óleo espalhado pelo corpo e seu olhar era de pura maldade. Dei um grito e ele desapareceu. Meu marido acordou e custou a me acalmar.
Naquele dia mudou-se uma senhora solitária, para o sobrado ao lado. Fiquei feliz, imaginando que agora aquelas vozes e choros que eu ouvia acabariam. Porém, durante as madrugadas aquela senhora parecia ficar possuída. Ela gritava, falava palavrões, arrastava os móveis parecendo brigar com alguém. Todas as madrugadas era a mesma coisa; não dormíamos mais. Até a policia foi chamada, mas não adiantou.
Resolvemos nos mudar. Quando estávamos saindo da casa, um senhor se aproximou e perguntou:
- Vocês já vão se mudar? Não ficaram nem cinco meses! Puxa, ninguém consegue ficar morando muito tempo nesta casa!
Nem quis saber o que ocorreu com os antigos moradores... Apenas queria ir embora dali!


Agradecimentos á Hanah pela postagem.

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